A mão que afaga é a mesma que acorrenta, e os sentimentos que me envolvem podem ser os mesmos que me torturam.
A cada momento que se passa é um misto de mistério que envolve a penumbra cinzenta e a incerteza que toma conta deste coração que só pensa no momento que poderá te tomar no colo e poder dizer todos os sussurros que pairam na mente.
O coração começa a aquecer, e arrefecer todo o corpo, e a sensação que brota neste coração singelo faz com que o liquido que corre pulsante qual rubra tinta espalha pelo rosto, aquecendo o semblante, me faz refém e cúmplice deste momento tão esperado.
E neste devaneio louco, sincero poético, me envolvo, não permitindo que meu casulo de proteção e meus sentimentos puros e mais do que únicos possam ser invadidos. A mão que escorrega pelo seu corpo, a boca que desesperadamente procura a sua, desesperada por um beijo acalantado, é a mesma que diz palavras de melancolia nas madrugadas de insônia. O toque do ensurdecedor telefone durante a noite me remete a você, e a sintonia que há ao ouvir tal feito, faz-me mais conhecer mais de teus sentimentos e me tornam mais respeitador de teus desejos.
Esperar-te-ei pelo momento de poder dizer tudo o que realmente ora pensara, e tudo o que estiveste guardado no vazio do meu profundo ser, e que possa mostrar tudo o que de tão belo está guardando a minha alma, nestes dias primários que envolvem o outono. O céu engole a negra imensidão que separa meus olhos dos teus, e me perco nas entrelinhas e nos entraves do teu sorriso.
O teu silêncio, necessário para que teu coração se dissipe da dor desmedida é o que espero poder me envolver em pouco tempo. A paciência, virtude esperada, é o que também me desvencilha, e me esvazia de mim.
O tecido que envolve esta manhã de abril, é o que me inspira a doar de mim uma parte a esbravejar em papel tudo o que meu ser inspira ao tempo que é o mesmo que loucamente tenta te dizer, e começa a implorar pela agilidade da resposta, uma vez que coração não sabe esperar o momento oportuno para se aquietar.
Começo a entender que a razão é uma eloquência óbvia e que o coração é um músculo sem nenhum entendimento do que acontece com os humanos, ele simplesmente quer, não pensando em consequência, e que não posso ir construindo as imperfeições que segundo ele impera junto a um futuro que ainda não aconteceu.
"Eu sabia que eu pertencia ao público e ao mundo, não pelo fato de ser talentoso ou até mesmo bonito, mas porque eu nunca pertenci a nada ou a ninguém"
sábado, 18 de julho de 2009
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