Uma vez que a filmagem de alunos em sala de aula, ou no ambiente escolar é caracterizada ilegal, de igual modo, é possível afirmar que a filmagem de docentes nas mesmas condições é constituída ilegalidade de igual e é violação à liberdade de cátedra.
O governo pediu isso assim que foi eleito para avaliar se estavam falando de política ou contra o direitismo extremo no intuito de calar a docência.
O ministro da educação, Ricardo Vélez, com a sua carta, mesmo que desculpada, deixou bastante claro qual a sua intenção e o que apóia, quando pede que - ao ler a sua carta -, alunos e professores perfilados executem o Hino Nacional.
O lema usado na tal carta, seria uma espécie de doutrinação. Ou seja, falar de política de forma liberal não pode ser tolerado, mas partidarizar a educação com a marca do próprio governo direitista, pode ser fomentado nas escolas.
Estendo à serie de acontecimentos envolvendo o ponto de vista do Ministro da Educação, o fato de:
1º - afirmar que a educação superior não deve ser para todos, mas que representa uma elite intelectual. Isso diz respeito a desconstruir o quanto já evoluímos em colocar pessoas menos favorecidas em contato com a educação.
Sou educador, fui diplomado uma, duas, três, quatro vezes - com esforço e nunca precisei usar das cotas raciais, mesmo tendo direito a elas, e nunca usei de financiamento para pagar nada, mesmo sendo elegível aos programas PROUNI e FIES exatamente por entender que outras pessoas necessitavam mais do que eu, e jamais serei contra o acesso de todos ao ensino superior.
2º - afirmar que brasileiros, ao viajar, são canibais que roubam assentos de avião e coisas de hotéis.
Existem outros tantos indícios que atestam que a nossa educação está em péssimas mãos (até porque essa foi indicação de Olavo de Carvalho, que segundo me consta nunca frequentou uma universidade e se intitula filósofo) e afirmo categoricamente que quando um ministro faz afirmações dessa extirpe e toma decisões assim, é o momento de nos preocuparmos com o que vem pela frente.
Esta não é, e nem deveria ser, nem de longe postura adotada por um governo que pensa em seu país.
Sabem a Venezuela? Ainda acho que corremos o risco de ficar igual a eles, sem voz, sem vez, sem direito de protestar e sem poder fazer mais nada.
"Eu sabia que eu pertencia ao público e ao mundo, não pelo fato de ser talentoso ou até mesmo bonito, mas porque eu nunca pertenci a nada ou a ninguém"
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