domingo, 3 de novembro de 2019

HEGEMONIA CULTURAL E PENSAMENTO CRISTÃO


O hinduísmo existe há mais ou menos 5 mil anos, as religiões da Mesopotâmia, da Grécia, do Egito são politeístas existem há mais tempo que a crença cristã... (pense na Grécia com a deusa da guerra, Atena e Belona a deusa romana).
O judaísmo só começou há cerca de 4 mil anos quando começaram atribuindo a apenas a um deus todo o poder, dando a monopolização de um povo e consequentemente entregando as chaves de uma condução patriarcal do mundo, encabeçada pela Europa, a grande rainha deste, responsável pelas suas civilizações e seus tratados e que intitulou papas e reis...
Foi nessa época que chegou o pensamento de um Deus HOMEM, com um filho BRANCO, de olhos CLAROS,  HETEROSSEXUAL, cabelos LOIROS... nascendo no Oriente Médio, onde tudo o que não tinha era europeu.
Já existiam outros deuses, etruscos, celtas, hindus...
Isso é uma forma de hegemonia cultural, que plantou em nossa sociedade um deus mestre de tudo, uma figura MASCULINA e poderosa, reflexo de uma sociedade exatamente retratada no que a criou.
Esta, sendo uma sociedade patriarcal e falocêntrica exatamente como se encontra na bíblia, que embora escritos bem depois de muitos livros e profecias antigas, tem se tornado o livro de receita de vida para uma grande nação, que não acredita que exista hegemonia cultural e nem tendenciosidade no discurso.
 Esta sociedade também não acredita que existam guerras entre tribos e etnias, e tudo o que passa disso é falácia, mas ao mesmo tempo alimenta o ódio e rancor contra estas tribos que desejam a todo custo aparecer, enquanto este poder hegemônico, veladamente tenta destruí-los, querendo que estes se curvem à sua maioria, e ao seu Deus.
Esta é uma era de guerra e de dominação, e observe de que lado estão as maiores potências e os mais severos mecanismos de devastação! Acompanhe de que lado estão os mais fortes, e observe quem detém o poder econômico.
Este Deus patriarca retratado na Bíblia e crido pela igreja cristã, criaria apenas o homem, e só depois a mulher...e com o passar do tempo, este deus se tornaria um Deus autoritário, e vingativo, que mata a todos os que discordam de seu poder em nome dessa paz mundial.
Este Deus que deseja de qualquer forma que seu ego seja exaltado e é totalmente averso a todos aqueles que o contrariam. Contudo, essa caricatura que foi dada a um Deus, sendo ser supremo, há de ser questionada: haveria, pois, neste Deus todo esse furor?
Quisera esse Deus em sua infinita bondade destruir àqueles que ele criou com Suas mãos sendo estes, o zelo de sua criação, e o estopim da sua graça? Como e porque esse Deus teria mudado de ideia, justamente em uma época e o escravagismo e o desejo de conquista subiu ao coração dos poderosos?
Ah de se refletir se de fato é isso que esse Deus quer para o seu povo, ou se não é exatamente o que esse mesmo patriarcado quer estabelecer de novo, na mesma intensidade que vinha fazendo alguns séculos atrás, agora dessa vez usando o nome de uma divindade para ajuda-los a conquistar através da coerção e do terrorismo religioso.

FÉ E FILOSOFIA

Resultado de imagem para fé imagem
Imagem da Internet
“A fé é a certeza de coisas que se espera e a convicção de fatos que não se veem!”  Essa é a minha tradução livre de Hebreus 11:1 da Bíblia cristã!

Eu posso afirmar com base no que já estudei que a fé a base da existência do homem, e o sentido de sua própria busca. É a força motriz que o torna vivo, e o consolo que o homem tem, para colocar a sua certeza de que tudo vai dar certo, mesmo quando não se faz ideia do que está esperando. É a aceitação do acaso, com a melhor solução para uma saída, e o conformismo de que era o máximo que se poderia fazer. É o consolo do homem, para aceitar as coisas que ele não pode mudar ou fazer.
Isso é o que chamamos de fé, e que eu defino como ilusão pessoal.
Tenha como pensamento de fé, a ilusão que criamos, seja para justificar nossa incapacidade de compreensão do que é abstrato, ou para nos mover-nos para uma verdade absoluta que não compreendemos. Nós, seres humanos, dotados de racionalidade e convicções, somos movidos por ilusão, a ilusão de que a nossa verdade é absoluta e que tentamos conquistar essa ilusão no nível racional, e se tornando razão, é mais fácil convencer ao outro. É uma verdade tão individualizada que dói ao humano perceber que o outro não está convicto disso.
Mas não seria isso uma outra forma de ilusão?
Não existe uma verdade absoluta do que nos espera, e está além da compreensão humana definir essa verdade.
Jamais alguém nos conseguiu contar o que esperar post mortem, que sim, é a nossa plena certeza: que o corpo se prostra, sem vida e sem fôlego e que talvez, e somente talvez, um sopro de vida saia de nós a vagar para conhecer outros lugares!
Como o ser humano poderia fazer o outro acreditar em algo que ele acredita?
Não é possível que em sua individualidade, se convença o outro do devir por parte de um criador supremo.
E isso é o conceito de fé. Intransferível e incapaz de convencer, impossível de transmitir senão pelo arbítrio de escolher, pois pelo que não pode ser exigido não se pode haver consequência.
O tempo todo fazemos um acordo com o nosso eu interior, que nos faz aceitar e acreditar as coisas que não temos condições de mudar, porque isso nos consola e isso se torna o nosso maior desejo: que seja verdade!
A nossa crença é a nossa grande ideia de verdade.
Quem nunca contou uma mentira para si mesmo, querendo tanto que isso seja verdade, a ponto de acreditar nessa mentira? Quem não busca consolo em pessoas que não existem, em realidades que desejava, ou em fantasias que o faz bem?  
Deixemos de lado a concepção de que fé já definida e vamos apenas em apoio ao nosso sentimento de defender as divindades e as forças do cosmos ou daquilo que não podemos apalpar.
Essa afirmação pode partir de que temos a certeza de poucas coisas na vida, e uma dessas coisas é que tudo tem uma finitude, e essa finitude se mostra muito confusa quando não sabemos para onde vamos ou o que podemos fazer ao final deste ciclo.
A nossa confiança plena em algo ou em alguém que não conhecemos, mas que podemos nos confortar em acreditar existe, é uma forma de consolo e isso nos dá certeza de que estamos amparados, e não iludidos.
O que nos espera após a finitude? O que nos conforta até lá?
Mas temos fé... a certeza de que terá algo após, que é desconhecido, inexplicável! Será?

O Brasão dos Sátiros