segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

No Meu Blog eu Não Posto, eu Bosto!

Eu nunca fui bom blogueiro!

Todas as vezes que leio os blogs dos meus amigos, sinto um desejo imenso de fazer o mesmo com meus escritos, e satirizar tudo e fazer a coisa fluir.
Essa inveja deu origem ao satirosouza.com.br e que abandonei com menos de um ano de idade. Achava que o site seria mais chique que o blog, e acho que por tanto querer acabei por exagerar, e de fato exagerei. O site não tinha nada haver com blog, nada haver mesmo com o estilo literário que invejara dos amigos, talvez por querer um pouco mais.

Montei o blogspot.com - bom! blosbost.com acho que ficava melhor, porque no meu blog eu não posto, eu bosto!

Definitivamente não levo jeito para a coisa. Acho que o meu estilo é mais literário que blogário! Eu não sei ficar contando lorotas, ou disfarçando os personagens de uma história real para amenizar o impacto para os que não entendem. Eu acho que não sei ficar contando pormenores e exaltando fatos do cotidiano para enfatizar o quanto dou importância às pessoas ou aos objetos. Traduzindo: eu não sei não ser eu!

Quando eu ouço uma canção que me comove ou me toca, eu não sei traduzir em miúdos falando de algo que vivi ou que gostaria de viver, do contrário, eu tranformo em poema e de forma translúcida diluo em palavras gris e mais do que instantaneamente faço brotar um texto que nem de longe compara a uma linguagem de blog.

Mantenho hoje o blogspot.com, mas não posso dizer que é um blog acessado por muita gente, pois por incrível que pareça as pessoas não gostam do que escrevo, ou melhor, dizem que gostam, mas acho que é para fazer média, porque se gostassem, acessavam espontaneamente.

Não sou do tipo que olha para fotos e escreve por horas sobre as dores e as mágoas. Sou do tipo que olha as fotos e chora por horas, como estou fazendo agora. Aliás, como estou tentando, pois olhar para as fotos, é desenterrar os fantasmas do passado e reviver as dores que já estavam até então soterradas.

Bom, é isso!

Catedral - Joga Fora

Frases sem sentido são jogadas
Olhares distantes dão em nada
Nada pode encobrir o que
Você significa em mim.

As cartas estão embaralhadas
Emoções a beira de uma estrada
E nada pode censurar o que
Você significa aqui.

Às vezes não entendo o teu querer
Às vezes eu preciso me esconder
Do que sinto eu não minto,
apenas grito e o meu grito...

Às vezes não consigo me encontrar
Às vezes não entendo o teu olhar
Jogo fora, vou embora,
nessa hora sei que quero mais você.

Sei que é difícil a gente querer perdoar
Como podemos abrir mão de amar?
Joga fora, vamo embora,
nessa hora o que importa é viver;

Sei que é difícil a gente querer consertar
O que fazer quando se quer voltar?
Joga fora, vamo embora,
nessa hora o que importa é viver...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Retrospectiva

Nunca entrei em um navio, nunca sai do Brasil, não tenho planos assim, e não tenho ambições do gênero!

Nasci no interior do sertão, me mudei para a metrópole, e não tenho vergonha de assumir que antes eu tinha até medo de avião.

Depois fui crescendo, arranjei o primeiro emprego, que a gente nunca esquece. Não sei se pelos micos, ou se pelo primeiro salário, pelas primeiras compras, primeiros sonhos!!!
O primeiro décimo terceiro, a gente se sente rico, que pode comprar o mundo e colocar na nossa fazenda virtual.

É incrível como os amigos, os colegas, tentam e falam a respeito da faculdade dos cursos, das férias na Argentina ou no Peru... da viagem à França, da temporada na Alemanha, ou Itália.

Parece até que estes amigos não tem as mesmas preocupações, ou sempre ganham mais que a gente. Estes amigos em outro tempo não tem as mesmas preocupações, não tem os mesmos desejos, ou os mesmos sonhos e planos, mas por mais caro que estes sonhos sejam, eles conseguem alcançar e nós quase sempre, não!

É motivo de inveja? talvez! Mas não seria inveja no sentido literal, seria somente uma sórdida vontade de trocar de lugar por um instante, pois vida boa mesmo é a nossa, é a que está conosco desde o começo, e que se desenrola ao passar do tempo;

Choro no Natal, deprimo no ano novo! Não gosto destas datas. Me sinto um fora do mercado, e nunca costumo desejar "feliz natal e nem feliz ano novo", não sei se por não acreditar em muita coisa que estas datas retratam. Fiz teologia para clarear a mente sobre religião, parei de fazer para não virar ateu! Fui da Igreja para fazer a social, não vou mais por acreditar que não vale a pena!

Ja namorei sem amor, para mostrar as pessoas que eu era capaz de fazer isso, e parei de namorar, depois que descobri que eu estava fazendo ela sofrer; Hoje não namoro nem para mostrar as pessoas, e nem para fazer parar de sofrer, pois não tenho com quem!

Uma vez, enchi uma camisinha na inocência achando que era bexiga! Hoje não encho porque nem na inocência tenho motivos;

Já fiquei na rua até tarde olhando para o céu e admirando as estrelas, e hoje não faço o mesmo porque não consigo ver as estrelas no céu por mais claro que ele esteja;

Já fiquei horas fingindo sofrer por não ter um amor, e hoje parece que esta profecia se cumpriu, porque fico chorando por um dos sete montes de roma!!!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fim de Ano, tudo outra vez!!!!

Nunca gostei de Natal! Acredito que se todas as pessoas tivessem a mesma visão que eu o Natal nem existiria. A festa que o povo "cristão" escolheu para dedicar o dia do nascimento de Jesus, se tornou um mito, e a última coisas que eles se lembram é disso. 

É o momento que todo mundo vai às compras gastar, gastar, gastar... estourar todos os limites dos cartões de crédito quantos tenham, comprando doces, presentes, ceias, enfim... é uma festa tosca!!

Não gosto de ceia de Natal, e não faço ceia de Natal. Na minha casa, não se acende uma luz destas que piscam, e nem se ostenta uma árvore por menor que ela seja. Não gosto do velhinho gordo, vestido de vermelho, porque além de ele nunca ter me trazido nada, ainda faz o povo acreditar que a bondade ainda existe no coração humano.

Depois dessa sequencia de lorotas, vem o final do ano... e o povo volta para as lojas para acabar de se endividar! Gastam com tudo o que é supérfluo, e passam os próximos seis meses trabalhando para pagar as dívidas acumuladas do final do ano. 

É o tempo mais hipócrita que existe. As pessoas fazem mal as outras por todo o ano, falam mal por todos os meses, e no último dia vem abraçar e dizer "feliz ano novo"... ou seja, vai começar a safadeza toda de novo!!! Eu não consigo entender isso.

É por isso que eu não gosto de Ano Novo. É a época que eu mais me estresso.

As pessoas mais chegadas me desejam Feliz Ano Novo no final de agosto, quando é meu aniversário, porque ali sim o ano começa para mim, e começa com seriedade, porque já começo com a responsabilidade de começar mais um ano mais velho. 

Agora neste final de ano convencional, eu fico em casa, geralmente sozinho, começo a pensar em tudo e em todos, fico depre, fico mal humorado, e sempre fico curtindo a TV, ou o computador (literalmente, porque não fica uma alma viva para conversar on line), é onde eu encho a cara sozinho, choro pensando no tempo que passou e que foi bom, e inconsciente e de forma calada, começo a organizar a minha vida para que eu possa seguir o fluxo das pessoas normais, Ou pelo menos tentar entrar no ritmo frenético da dança do mundo.

Sempre em todos os anos novos, vem as mesmas listas de coisas a fazer que nem metade a gente consegue executar. Existe aqueles mais determinados que conseguem. 

Eu listei algumas coisas na mente no ano passado, e me assustei com a minha evolução, quase todos os sonhos foram realizados, com muito sacrificio ao mesmo tempo que com muito zelo, ainda acho que as realizações deste ano, acabaram por se dar por que estive sozinho por todo o ano, e assim tive mais tempo para mim (se bem que estou sozinho nos últimos quatro anos)....

Mais um ano está começando de novo, espero que neste ano as pessoas criem mais juizo, e que comecem a pensar um pouco mais nas outras e parem de comprar tanto presente que não leva ninguém à profunda felicidade!!!

É isso!
satiro@novohamburgo.org

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O trabalho, a festa... tudo

Anteontem aconteceu a festa do Senarc. Eu fui!

Fui lá fazer presença. Cheguei era por volta de 22h e sai às 23h. Bebi três copos de chop, dois de refrigerante, comi alguns salgados, uma taça de água, e uma de fogo paulista!
Cheguei em casa já era quase 00h.

Fui com o Leandro. Convidei-o a ir comigo. Foi uma noite muito agradável, ainda quase danco YMCA, e detalhe, tocou até "I will survive"... Gente como eu ri!

O povo se revela. Na hora que começou a tocar o Robocop Gay, só via gente alegre pulando, como se dissesse: "mamãe essa é para mim!!".

Eu ficava só rindo de fora, e pensando no mico que muitos pagaram! mas enfim, me diverti à beça.

O Leandro. Eu convidei ele, pois foi o primeiro cara que veio na minha mente, e que toparia o desafio, de ver tanta gente estranha e mesmo assim ir. É meu brodi. Vacilei grandão com ele, mas agora acho que já está tudo bem.

Lê, num vai acontecer de novo! Nem preciso prometer, não é?

Ah e meus dias tem sido assim... essa semana, a Coordenadora da equipe, me escalou por meio de um sorteio para um projeto piloto de horário na empresa, em que uma equipe de 26 pessoas desce para entrar às 09h e sair às 15h20, e eu estou amando o horário. 

Embora seja um pouco mais corrido do que a tarde, eu acabei me adaptando mais, porque eu gosto da correria, e curto também, chegar em casa mais cedo. Como estou sem aula, vou poder me dedicar mais ao trabalho e assim, render um pouco mais.

Acho que é isso por enquanto.

Mudar, por Lispector

"Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!!!"
(Clarice Lispector)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Frustrado e triste, mas vivo. Ich Lebe noch

Hoje eu amanheci estranho....

Fiquei esperando por alguém por mais de seis meses, organizei a vida, coloquei a casa em ordem, arrumei detalhes pequenos como "travesseiros e cortinas", fui ao aeroporto e na hora H, nada!!!!

O avião com seu número de vôo, pousou no pátio e nada de sair pela porta de desembarque. Telefone celular não funcionava, (é obvio, dentro do avião não se liga celular - pensei), - se bem que sempre a gente quer pensar uma coisa negativa para tirar o que é positivo e óbvio embora errado dos nossos pensamentos.

Esperei por alguns minutos, ansioso, com sede inclusive. Nem o suco de laranja com gelo e açúcar daquele aeroporto carésimo, conseguiu umedecer a minha garganta e me livrar do nervosismo da espera. A garganta secou, e logo comecei a sentir frio (eh, de fato eu estava nervoso, pois nunca sinto frio, e esta é uma característica típica, de Sátiro com frio). 

Depois de alguns minutos, isso se transformou em raiva, porque eu tenho celular, e na rua tudo o que mais tem é orelhão. Custa ligar e dizer onde está, e com quem está? O frio e a secura na garganta se transformou em fome e boca ressecada. Estava com a boca tão ressecada que seria incapaz de colar um selo de carta por falta de saliva.

Logo depois de 1 hora do fim do pouso, comecei a me sentir preocupado. Como pode alguem sumir assim no "léu", e não dar sinal de vida?

Voltei para casa nervoso, quase errando o caminho de volta, pois embora não estivesse dirigindo o carro, era o guia, pois a motorista nunca tinha ido para esses lados.

Cheguei em casa tão louco que não tive mais apetite, dois biscoitos de água e sal com gergelim foram suficientes para me dar força para ligar para todos os lugares possíveis. Liguei primeiro o computador, e depois liguei para a Infraero que nada sabia dizer e depois para a Cia. Aerea que pelo seu nome, descobri que não houve embarque.

Sempre tem uns amigos, que gostam de jogar cal na história, falando que isso, que aquilo outro, me alertando de "n" coisas.... Na mesma hora me livrei deste tipo de comentários, pois coisa que não falta é gente para criticar a minha vida. 

Pelo menos quatro pessoas me fizeram críticas do mesmo tamanho, sem imaginar a minha indignação e sem saber de minha dor e sem tentar entender o que eu estava sentindo. São de pessoas assim, que preciso ter cuidado.

Isso durou até a noite, quando consegui uma conversa rápida pelo msn. 

Houve problemas, motivos, pelos quais não pudera embarcar, e com a justificativa plausível, consegui ficar mais tranquilo e deste momento em diante, entrei em uma espécie de hibernação e dormi até agora de manhã, acordando com dores nas costas por não me virar a noite toda, causando um desconforto lombar enorme.

Tentei entender tudo, respeitar tudo, mas estou ainda decepcionado. Espero que em Deus, eu tenha esse pique de me reanimar.

O Brasão dos Sátiros