quinta-feira, 9 de julho de 2009

O MAR


Oh Mar imenso...

A ti neste momento elevo a minha dor!!!
Tu como ninguém entendes as minhas lágrimas,
Por seres fiel companheiro do meu lamento.

A tua prata beija meu rosto
Inquieto de amor e solidão...
Tu secas meu pranto, e lavas minha face na tua imensidão,
e teu barulho cala meu choro, para ouvir o murmúrio das ondas sombrias sob a lua, sob a luz da madrugada.

Já ouço ao longe vozes que me entristece
Que me tortura e maltrata o coração sofrido.
Pois sei do meu futuro, ele sempre é de sofrimento.
Tu entendes e sofres mais do que eu
Pois estás sozinho, tão grande nesta imensidão...
Tal qual a lua, no céu tão grande,
Céu imenso, de estrelas.

O mar! Oh lua, como és belos e formosos... e sozinhos!

Assim como eu sou só. Só eu.
Sou eu neste mundo de perdidos eus.
Oh Lua, és conselheira dos solitários, dos tristes,
Que necessitam de palavra amiga, como eu.

Tu estás solitária, pois não aprendeste a consolar
embora faça companhia ao choradores, vários...

Oh Mar!
És sozinho pela madrugada adentro,
Nos murmúrios da dor e dos entraves mais profundos do peito humano!
Os desarraigados, os apaixonados, a ti procuram, a despejar a dor...

Eu a cá como um cão sem graça,
Quando chega o frio, quando chega a chuva
Recolhe-se num canto, a tremer, a rosnar,
Porque não fazem companhia a mim?

Estou sozinho neste mundo de eus
Somente eu, como eu, entre tantos
Bem como há vocês, só vocês no céu cinzento e na areia de prata
De amor solitário e cintilância serena...

(Noite de 23 de novembro de 1998)

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