sexta-feira, 26 de junho de 2009

Retirante do coração!!!

Não sei exatamente o porquê da saudade. Há um ditado que diz que a gente não deve sentir saudade daquilo que nunca teve.
Saudade é falta daquilo que já tivemos e por algum motivo nos separamos. Hoje eu me deparei com esse sentimento, acho que um pouco mais forte que saudade, pois me angustiou, e saudade pura não angustia, somente saúda...

A fome se mata comendo e saudade se mata com presença, dizia Lispector, mas eu quero mais do que presença. Aquilo que estava me consumindo aumentou de forma grotesca, e nem a presença será capaz de suprir, eu quero um pouco mais, quero afago, quero apego, quero esfrêgo!

Eu nunca fui de sentir isso que estou sentindo hoje. Estou me sentindo estranho como se algo que não conheço apoderasse de meu coração e dos meus hormônios, e tivesse elevado o nível de adrenalina acima do normal, e me fez sentir um calor no sangue, capaz de fazer espumar e dilatar as mais nobres artérias que bomba o sangue para o coração, o que resultou em um desejo desenfreado de sorrir e de chorar, de beber e de parar, de viver e de morrer, de gritar e de calar...

Há mais de três anos não sinto saudade de ninguém, pois ninguém jamais me interessou. Ninguém jamais fez com que meu coração batesse mais forte, e nem por esta alma recente meu coração bateu um pouco mais. Nada passou de uma noite, de um encontro que resultou na explosão dos corpos e em um encontro natural que aconteceria com qualquer ser humano que tenha um pouco de paixão pelo corpo humano e que goste se encontro carnal, qual animal no cio, que de encontro a fêmea, não consegue se controlar, afinal, somos animais! O que neste momento está me visitando é simplesmente a coragem de externar ao mundo o que jamais tive coragem de bradar aos quatro ventos. É o que meu corpo está querendo expulsar de dentro de si. É de que ele está tentando libertar. É o desejo carnal de expelir em gotas de suor e de lágrima aquilo que guardou dentro de sete chaves, dentro de um cofre de ilusão e de enganos.

Estou externando o meu coração de uma chuva de lágrimas que cuidadosamente guardou dentro de si, e estou falando de algo que não tem ainda nome atribuído. É uma dor com vontade de sorrir. É um gozo entalado, uma garganta arranhada, uma gota de orvalho em um oceano de mágoas.

É simplesmente um pedaço de mim que ainda não foi encontrado, é um pedaço de amor mergulhado no mar da dor e submerso na tina de sangue, sou eu, um retirante do coração.

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O Brasão dos Sátiros