segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Conclusão



Meus sentimentos passam a ser identificados com outra intensidade. Começo a enxergar com outros olhos a visão que tinha, ou seja, passo a ver por outro ângulo toda a identificação que tinha. Passo a perceber com facilidade o reflexo deste sentido em minha vida, e tenho grande dificuldade em compreender os aspectos do significado ou do significante que existe naquele coração.

O sentimento de vingança obsessiva é algo que me incomoda em tão pequena idade. É algo que me deixa totalmente averso à situação, e me deixa preocupado, visto que posso ser a próxima vítima, contudo, não consigo entender ou submeter-me à mesma à situação.

Eu trago nos olhos e no coração, sentimento aos que choram, e não consigo mensurar a minha reação fosse eu o responsável por tamanho feito. Seria um misto de fúria e dor, e um reflexo de violência com resposta imediata às agressões psicológicas sofridas.

Sou totalmente averso a violência, mas tornar-me-ei de forma clara, rápida e pétrea em pessoa agressora de medidas desprorpocionais fosse eu o envolvido na situação. Posso ser a pulga e o pernilongo, como posso ser o cascavel e o veneno, ou a fúria em demasia, sou desumano e voraz, ao tempo que doce e amável.

Os telefonemas durante a madrugada se encarregaram de me fazer sentir uma coisa que não tem nome, uma coisa que talvez Drumond tenha procurado, nas encostas e nas corredeiras e que não encontrou. Esta coisa eu consegui encontrar dento de mim, e não ousei nomear, visto que não tem nome mesmo, é algo especificamente desnomeado e não me adianta querer encontrar rótulos, pois não vou encontrar. Não vou ter um par de adjetivos para dar a isso um nome que não tem.

Violências a parte, mas me coloquei exatamente no lugar oposto, e me imaginei passando pela mesma situação, e temi ser julgado carrasco, ou mesmo sem coração, mas já descobri que sendo sóbrio serei sensato e que sendo cúmplice serei idiota.

Não posso aceitar a situação atual, meu concorrente, não tem culpa da crise que ataca o mercado sentimental, e negligenciar isso, é não levar em consideração todas as possibilidades.
Não posso culpar meu inimigo pelo aumento do preço do combustível ou dos bens duráveis, da mesma forma que não posso colocar o meu oposto como o errado da situação. Comecei a perceber que com estes telefonemas, [fosse eu o envolvido] me sentiria totalmente coagido a fazer algo, que de fato não tem nome, e seria o que eu faria se no lugar dele estivesse. Não consigo aceitar este comportamento, é algo que vai contra meus princípios morais ou intelectuais e contra a minha capacidade ética de julgar o certo e errado.

Isso é algo que está me incomodando de forma totalmente intrigante, e nem mesmo os conselhos parecem ser suficientes para consertar isso, como se isso não tivesse conserto, o que me preocupa mais ainda. Começo a perceber obsessão, ou ressentimento por ter perdido algo muito importante, pois nem todo o amor do mundo é capaz de suprir o rancor do obsessivo compulsivo.

Não consigo aceitar, ou idealizar algo ou alguém que carrega essa síndrome, ao tempo que não posso negligenciar isso, não posso e não farei vista grossa ao que acontece embaixo do meu nariz como se fosse uma inércia. Sei que é fato, concordo com tal, mas a vingança é arma que fere e mata, e mais fere do que mata e não vou nunca mais me ferir por isso, foi promessa feita, e dentro de meu ser, a promessa tem o efeito de eternidade.

A partir deste momento irei tratar com uma nova conjuntura este tipo de sentimento, pois isso consegue dissipar o que há de belo em mim, e consegue desfazer o que há de puro em outros sentimentos. É algo doentio, em que eu não estou disposto a suportar inicialmente, pois já levei muitos expurgos da vida, por negligenciar fatídicos momentos de loucura de outras pessoas.

Nenhum comentário:

O Brasão dos Sátiros