domingo, 3 de novembro de 2019

FÉ E FILOSOFIA

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“A fé é a certeza de coisas que se espera e a convicção de fatos que não se veem!”  Essa é a minha tradução livre de Hebreus 11:1 da Bíblia cristã!

Eu posso afirmar com base no que já estudei que a fé a base da existência do homem, e o sentido de sua própria busca. É a força motriz que o torna vivo, e o consolo que o homem tem, para colocar a sua certeza de que tudo vai dar certo, mesmo quando não se faz ideia do que está esperando. É a aceitação do acaso, com a melhor solução para uma saída, e o conformismo de que era o máximo que se poderia fazer. É o consolo do homem, para aceitar as coisas que ele não pode mudar ou fazer.
Isso é o que chamamos de fé, e que eu defino como ilusão pessoal.
Tenha como pensamento de fé, a ilusão que criamos, seja para justificar nossa incapacidade de compreensão do que é abstrato, ou para nos mover-nos para uma verdade absoluta que não compreendemos. Nós, seres humanos, dotados de racionalidade e convicções, somos movidos por ilusão, a ilusão de que a nossa verdade é absoluta e que tentamos conquistar essa ilusão no nível racional, e se tornando razão, é mais fácil convencer ao outro. É uma verdade tão individualizada que dói ao humano perceber que o outro não está convicto disso.
Mas não seria isso uma outra forma de ilusão?
Não existe uma verdade absoluta do que nos espera, e está além da compreensão humana definir essa verdade.
Jamais alguém nos conseguiu contar o que esperar post mortem, que sim, é a nossa plena certeza: que o corpo se prostra, sem vida e sem fôlego e que talvez, e somente talvez, um sopro de vida saia de nós a vagar para conhecer outros lugares!
Como o ser humano poderia fazer o outro acreditar em algo que ele acredita?
Não é possível que em sua individualidade, se convença o outro do devir por parte de um criador supremo.
E isso é o conceito de fé. Intransferível e incapaz de convencer, impossível de transmitir senão pelo arbítrio de escolher, pois pelo que não pode ser exigido não se pode haver consequência.
O tempo todo fazemos um acordo com o nosso eu interior, que nos faz aceitar e acreditar as coisas que não temos condições de mudar, porque isso nos consola e isso se torna o nosso maior desejo: que seja verdade!
A nossa crença é a nossa grande ideia de verdade.
Quem nunca contou uma mentira para si mesmo, querendo tanto que isso seja verdade, a ponto de acreditar nessa mentira? Quem não busca consolo em pessoas que não existem, em realidades que desejava, ou em fantasias que o faz bem?  
Deixemos de lado a concepção de que fé já definida e vamos apenas em apoio ao nosso sentimento de defender as divindades e as forças do cosmos ou daquilo que não podemos apalpar.
Essa afirmação pode partir de que temos a certeza de poucas coisas na vida, e uma dessas coisas é que tudo tem uma finitude, e essa finitude se mostra muito confusa quando não sabemos para onde vamos ou o que podemos fazer ao final deste ciclo.
A nossa confiança plena em algo ou em alguém que não conhecemos, mas que podemos nos confortar em acreditar existe, é uma forma de consolo e isso nos dá certeza de que estamos amparados, e não iludidos.
O que nos espera após a finitude? O que nos conforta até lá?
Mas temos fé... a certeza de que terá algo após, que é desconhecido, inexplicável! Será?

O Brasão dos Sátiros